O
Venerável Mestre
da
A:.R:.L:.S:.
Salomão 0021
GOB-RJ
Volnei Antonio Nichetti
em nome de todos valorosos obreiros
de nossa augusta oficina parabenizam
o amado e estimado Irmão
Roberto Pumar
pela passagem de seu aniversário.
“Pouca sorte tenho eu entre as flores: Humilde é meu destino! Vivo pegada à terra, e não posso levantar a face para o sol como fazem as rosas.” A Natureza ouviu, e disse à violeta:
“Que te aconteceu, filhinha? As vãs ambições apoderaram-se de ti?”
– Suplico-te, ó Mãe poderosa, disse a violeta. Transforma-me em rosa, por um dia só que seja. – Tu não sabes o que estás pedindo, retrucou a Natureza. Ignoras o que se esconde de infortúnios atrás das aparentes grandezas.
- Transforma-me numa rosa esbelta e alta, insistiu a violeta. E tudo o que me acontecer será a conseqüência dos meus próprios desejos e aspirações.
A Natureza estendeu sua mão mágica, e a violeta tornou-se uma rosa suntuosa. Na tarde daquele dia, o céu escureceu-se, e os ventos e a chuva devastaram o bosque. As árvores e as rosas foram abatidas. Somente as humildes violetas escaparam ao massacre. E uma delas, olhando em volta de si, gritou às suas companheiras:
“Hei,vejam o que a tempestade fez das grandes plantas que se levantam com orgulho e impertinência.”
Disse outra:
“Nós nos apegamos à terra; mas escapamos à fúria dos
furacões.” Disse uma terceira:
“Somos pequenas e humildes; mas as tempestades nada podem contra nós.” Então a rainha das violetas viu a rosa que tinha sido violeta, estendida no chão como morta. E disse:
- Vejam e meditem, minhas filhas, sobre a sorte da violeta que as ambições iludiram. Que seu infortúnio lhes sirva de exemplo!
Ouvindo essas palavras, a rosa agonizante estremeceu e, apelando para todas as suas forças, disse com voz entrecortada: “Ouvi, vós, ignorantes, satisfeitas, covardes. Ontem, eu era como vós, humilde e segura. Mas a satisfação que me protegia também me limitava. Podia continuar a viver como vós, pegada à terra, até que o inverno me envolvesse em sua neve e me levasse para o
silêncio eterno sem que soubesse dos segredos e glórias da vida mais do que as inúmeras gerações de violetas, desde que houve violetas. Mas escutei no silêncio da noite e ouvi o mundo superior dizer a este mundo:
‘O alvo da vida é atingir o que há além da vida’. Pedi então à Natureza – que nada mais é do que a exteriorização de nossos sonhos invisíveis – transformar-me em rosa. E a Natureza acedeu ao meu desejo. Vivi uma hora como rosa. Vivi uma hora como rainha. Vi o mundo pelos olhos das rosas. Ouvi a melodia do éter com o ouvido das rosas. Acariciei a luz com as pétalas das rosas. Pode alguma de vós vangloriar-se de tal honra? Morro agora, levando na alma o que nenhuma alma de violeta jamais experimentara. Morro, sabendo o que há atrás dos horizontes estreitos onde nascera. É esse o alvo da vida.”
Textos escolhidos de autoria do poeta Gibran Khalil Gibran.